sábado, 22 de janeiro de 2011

Just Cause 2

Já imaginaram o que seria surfarem no topo de um avião a jacto inimigo, implantarem um pacote de explosivos, saltarem segundos antes da detonação e percorrerem, literalmente, quilómetros verticais em queda livre com um cenário deslumbrante como fundo? Um pôr-do-sol num arquipélago de sonho envolto em nuvens, com o vento a rugir junto aos seus ouvidos, contrastando com a paisagem relaxante. E que tal, na mesma sequência, apoderarem-se de um helicóptero, projectando-o contra uma torre de controle, saltando com tempo suficiente para apreciarem o fogo-de-artifício daí resultante, à medida que, calmamente, flutuam em direcção ao solo com a ajuda do seu pára-quedas. E quando tudo parece resolvido, toda uma base militar abre fogo sobre vocês, forçando você a aterrissar no telhadilho de um jipe de patrulha e usá-lo como veículo de fuga.

O que foi dito antes é precisamente Just Cause 2. James Bond pode ter licença para matar, mas Rico Rodriguez, agente super-especial de uma agência internacional perspicazmente denominada The Agency, tem licença para o fazer com tal jeito e estilo que faz com que 007 ou Jason Bourne corram de inveja. De qualquer das formas, o que posso adiantar é que em termos narrativos a trama de Just Cause 2 não requer que tenham jogado a primeira edição para intenderem, já que esta pouco mais é do que uma desculpa para destruírem tudo o que vêem pela frente.
Sabem como às vezes, ao se misturarem dois elementos, surge algo verdadeiramente especial? Assim de repente ocorre-me a mistura de um rocket e uma mochila que veio a dar num jetpack, ou a mistura de umlaser com uma espada que originou o lendário lightsaber. Seguindo esse raciocínio, um dos pontos mais fortes de Just Cause 2 é a implementação desse princípio em mais uma união que irá ficar para a história. Se um pára-quedas e um grappling hook são dois elementos bastante radicais por si só, usados em conjunto criam uma das formas de transporte mais formidáveis e viciantes de sempre. Mas a sua utilidade não se circunscreve unicamente ao transporte. Em combate podem prender dois inimigos, catapultando-os, um em direcção ao outro. Podem prender um soldado a qualquer superfície e observa-lo a debater-se comicamente a metros do chão, ou levá-lo a ver a paisagem atando-o ao seu helicóptero. As possibilidades são virtualmente infinitas. Claro que para combaterem o braço armado de Panau, terão à sua disposição um imenso arsenal de fogo mais convencional. Desde pistolas a metralhadoras, passando por shotguns e snipers, acabando nos indispensáveis explosivos, Just Cause 2 oferece variedade suficiente para lidarem com as adversidades do seu modo predileto.
Just Cause 2 não é um jogo isento de falhas, sendo talvez a mais grave, o carácter repetitivo de algumas missões. Apesar disso, esta é uma obra que leva você para um mundo de cortar a respiração, repleto de diversão, caos, e exploração. É um jogo louco que apela ao nosso lado criativo, onde o que parece impossível acaba por funcionar, muitas vezes com desfechos hilariantes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário